

Como fazer música erudita se suas maiores influências estão na cultura pop das últimas duas décadas? Como fugir do mundo empoeirado, onde tantos se perdem pela passividade, e não deixar de lado suas paixões, sua formação? É preciso inventar, mesmo que eles não aceitem. É preciso ousar e não ter medo de se expressar, mesmo que eles critiquem. Quando Vitor Araújo vai além da técnica, sobrevive ao rótulo de prodígio e põe um sentimento incomum num trabalho autoral, os conservadores berram. Mas a música do jovem atrai, conquista um público novo, influencia outros artistas da mesma geração. Com o ambiente escuro do lado A e a enxurrada de referências do lado B, este disco tem peso e importância para a música erudita, pelo talento fora do comum do artista, e para a popular, que ganha um terreno novo.