[9] Pélico - Que Isso Fique Entre Nós

Pélico - Que Isso Fique Entre Nós
FOTO: DIVULGAÇÃO
Pélico

Para ouvir de madrugada, enquanto se mastiga desilusões amorosas. Pélico divide seus sentimentos com o ouvinte e acaba atuando como um conselheiro de primeira. Ah, e como confidente também. Que Isso Fique Entre Nós não é um disco triste. Aliada a instrumentos sutis, a voz aconchegante do cantor passeia com versatilidade pelas dezesseis excelentes músicas, marcadas por melodias penetrantes e por versos que tratam o amor de forma encantadora.

“Pode apostar, não tem porque tanta mágoa assim”, aconselha logo no início do álbum, em Ainda Não é Tempo de Chorar. Sem Medida traz uma democrática discussão de relacionamento para, em seguida, Não Éramos Tão Assim apresentar um balanço da falta que pode ter causado o fim. E a partir deste momento você larga tudo o que está fazendo e fica olhando para o rádio. Atenção total, a coisa está ficando muito interessante... A faixa título aparece: “Aconteça o que acontecer, daqui do alto posso ver e crer a quantos passos fico da minha casa ao seu ouvido”. Alguém abriu o álbum de fotografias e molhou uma foto de verão com lágrimas em Tenha Fé, Meu Bem. Pegue um lenço e dê um jeito nisso, pois o seu pezinho já está balançando com a levada alegre de Levarei.

Pélico é cru em Recado - “Pois bem, será que eu não tenho o direito de te maltratar?” -, mas dá o braço a torcer logo em seguida, em Vamo Tentá.  É difícil abandonar um amor, como comprova Não Vou Te Deixar, Por Enquanto, a não ser que você ainda desfrute de uma infância ociosa como a de Tempo de Criança. Sete Minutos de Solidão é uma espécie de cronômetro sentimental, enquanto À Beira do Ridículo mostra um sujeito traído: “Ah, tanto faz ter me humilhado assim, até já sei que outro alguém roubou o meu lugar”. A lição de Minha Dor é aguentar enquanto tenta esquecer. Nos últimos minutos do álbum, acompanhamos idas e vindas de Se Você Me Perguntar e de O Menino para, finalmente, anotar um conselho prático para os desiludidos: Não Corra, Não Mate, Não Morra.

Como diz Tulipa Ruiz, que este novo disco de Pélico não fique só entre nós. 

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